8 de junho de 2011

Eterno

— Isso é sério, pai? — A menina olhou, não acreditando no que tinha ouvido há alguns instantes. — Você realmente não vai reclamar do preço, ou essas coisas?!
— Esse é o teu sonho, não é? — Ele disse, e a menina fez um gesto positivo com a cabeça. — Então pronto. Eu sei que vai valer a pena.
— Eu não… eu não acredito nisso! — Ela disse, enquanto ia até o pai e lhe abraçava, extremamente feliz. — eu não sei como eu faria se você não me apoiasse assim.
— Eu vou te apoiar sempre. — O homem sorriu, enquanto beijava a testa da menina delicadamente.
Alguns dias depois, lá estava ele. Embaixo de um sol escaldante, um calor que ele não agüentava. E sem contar a noite anterior, na qual ele tinha dormido na fila e quase morreu de frio. Mas estava feliz. Por que a sua frente estava sua menina, gargalhando junto aos amigos.
— Eu vou buscar água pra vocês, ok? Não saiam daqui.
— Pai, somos os primeiros da fila. Acha mesmo que sairemos daqui? — A garota riu, enquanto viu seu pai sair, indo em direção a lanchonete do outro lado da rua.
A noite chegou, e com ela, a euforia tomou conta de todo o estádio.
Todo o esforço tinha valido a pena. Estavam na primeira fileira. Na grade, para ser mais exato.
Os olhos da pequena Nathália brilhavam tanto, que seu pai poderia ficar olhando-os pelo resto de sua vida. Era tão bom… Tão gratificante. E ele sabia muito bem que sensação era aquela.
Quando, por fim, o tão esperado show começou, só se ouviam os gritos. Gritos pra lá de desafinados, mas era como uma explosão. Como se toda a ansiedade, a expectativa, e a alegria inexplicável, explodissem na voz de cada um daqueles muitos fãs.
— Meu Deus! Isso foi perfeito demais! — A menina disse, assim que sentou no banco do carro, depois do fim do show.
— Gostou? — O homem sorriu, enquanto colocava o sinto de segurança.
— Como eu poderia não gostar? É claro que eu gostei. Você realizou meu sonho, pai.
— Você merece, ué. Não fiz nada demais. — Ele sorriu, ligando o carro.
— Pai, meus amigos ficaram encantados com você. Sentiram até invejinha de mim, na verdade. — Ela riu. — Todos queriam um pai como você.
Por algum tempo o silêncio tomou conta do carro. O pai da menina pareceu se perder em pensamentos, e Nathália percebeu.
— Pai, você já teve um ídolo?
— Sim, filha. — O homem respondeu, um sorriso em sua face. — Quando eu era da sua idade, eu tive um ídolo. Um não, seis, na verdade. — Ele sorriu mais com a lembrança.
— E quem eram eles? — Ela perguntou, realmente curiosa.
— Era o RBD. Era um grupo. Eles se lançaram em uma novela. Se chamava Rebelde e daí saiu o nome RBD. Eles eram Dulce Maria, Alfonso Herrera, Christopher Uckermann, Anahí, Maite Perroni e Christian Chávez.
— E… eles já morreram?
— Não, não… A banda acabou. E isso tem quase trinta anos. — Ele dizia, já sentindo os olhos se encherem de lágrimas. — Depois vieram os trabalhos solos, que duraram um bom tempo, e então, eles acabaram se aposentando.
— Nossa! — A menina sorriu. — Você fala deles com tanto… carinho.
— Eles foram e ainda são especiais pra mim, filha. Hoje eles já se casaram, tem filhos, assim como eu… Mas eles me ensinaram tanto, entende? Muitos dos valores que tenho hoje, eu tenho por causa deles. — Ele sorriu, enquanto limpava uma solitária lágrima que caía de seus olhos. — Sabe, filha? Um ídolo é para sempre. O amor, a admiração, a felicidade que eles te proporcionam, tudo, ficam tatuadas no nosso coração pra sempre. E bom, eu quero apenas que você aproveite toda essa fase. Que ria, que chore, que grite… Em fim, por que eu tenho certeza, que um dia, sua filha também terá um ídolo, e assim como você ouve isso de mim, será a sua vez de falar, e eu espero realmente que você possa dizer, entre tantas coisas, o quanto foi feliz. Assim como eu também fui.

Um comentário:

  1. HAHSHAHSUAHSUA Adaptador! Vai fazer meus roteiros!
    Saudade danada de posts no seu blog!
    Te amo, monstruo ♥

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